Ela é daqueles tipos que causaram polêmica em sua época. Com uma perna menor do que a outra como consequência de uma poliomelite, e muitos meses de gesso e cama devido a um grave acidente de ônibus, além de uma história de amor por um homem que possuía diversas amantes, mais que pintora, Frida Kahlo é o símbolo de uma luta angustiante pela vida.
Muito além de cores fortes e simbolismos psicológicos, o que se vê em suas obras é a expressão da dor e da tragédia com que a mexicana conviveu ao longo de sua existência. E é exatamente para o mundo inconsciente e subjetivo de Frida que o grupo Teatro das Epifanias, no ano do centenário de nascimento da pintora, abre as portas com o espetáculo Yo soy o que a agua me deu Frida. Dirigida por Wagner Miranda, a montagem reestréia no Centro Cultural São Paulo, dia 6, às 19h.
Com o título retirado de um dos quadros tidos como mais surreais da artista, a performance é resultado de uma pesquisa de quatro anos desenvolvida pela atriz Lilih Curi, que também integra o elenco. Unindo teatro, vídeo, dança, artes plásticas, instalação, música e poesia, a trajetória de Frida é contada em um espetáculo que trabalha, principalmente, a expressão corporal e a elaboração visual. Segundo Lilih, a proposta é “fazer uma interseção entre a poética da artista com outros tipos de linguagem”.
Em meio a projeções de imagens de suas principais obras, coros cantados pelos próprios atores e diversas cadeiras de roda que povoam o cenário, o espectador se defronta com a principal proposta do Epifanias: a experimentação cênica. Comparado às dramaturgias comuns, a presença de texto é quase nula. Isso porque o grupo pretende “narrar pelas imagens e não pelas palavras”, como afirma Lilih. Dessa forma, o trabalho propõe um espetáculo de poesia visual, multimídia, não-linear, em que o público não só navega, como mergulha no universo de Frida.
Centro Cultural São Paulo. De 6 a 16/12. 5ª a sáb, 19h. Dom., 18h. R$15.
Publicado originalmente na Revista Em Cartaz - guia da Secretaria Municipal de Cultura
Um comentário:
Frida, pinta com o coração na ponta dos pincéis quisá com goticulas de sangue no meio das tintas. Sempre é bom visitar-te, ótima opção nessa cidade que cada vez mais me envenena em medos, desafios.
Obrigado pela cobrança, dois meses sem atualizar, nao posso deixar minha vida ser roubada.
beijo grande
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