Daí vem aquele momento em que você descobre que não sabe mais para que lado da cama virar sem que você pense nele. Lembrar de cada canto do apartamento e do cheiro de cigarro com balas ardidas e violão se tornou um vício. E a saudade é como aquela que a gente sente de gente que morreu, já que as lembranças (boas, disse ele, torturantes, disse eu) se perderam no encaixotar da vida. E às vezes parece que estou no tempo antigo, quando eu esperava ele aparecer na janela para sorrir com olhos de menino. De todo o pouco que não me restou, ando pisando duro pelos corredores, para você nao me ver cair.
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