domingo, 20 de janeiro de 2013

O frio às vezes cinza às vezes azul e a ansiedade subindo e descendo ruas, procurando te perder. Como é que se perde propositalmente aquilo que se encontrou? Perder é sinônimo de querer encontrar e a gente sempre perde aquilo que acredita ser o grande achado. E quando se quer perder o que se achou? Quando não se quer mais ter o que se achou? Se eu te enterrasse, saberia sempre onde te guardei e poderia encontrar você de novo. É como aquele filme do brilho eterno sem lembranças, sabe? Se desse pra encaixotar pessoas como se encaixotam coisas. Aquelas coisas que depois a gente nem lembra que existiam. E eu falo sozinha com você sobre o redemoinho em que acabamos caindo e que pra mim soa como uma piada de mau gosto sua e você, em resposta, acende um cigarro. Olha pela janela, arregala o olho e mira o infinito. Em resposta, se cala. Eu que só sei viver de palavras – me perco, procurando te perder. Já que te achar acabou em frio de céu nublado.

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