quarta-feira, 18 de setembro de 2019

guardado

Aquele respirar que preenche o espaço de amor contido e sufocado porque pra fora ele não pode abrir, é pra dentro que foi-lhe permitido viver, pois pra fora ele pode crescer demais e quebrar as paredes que lhe servem de estrutura para que não saia do controle, controle que ela jurava ter, mas só se guardado lá dentro pra que ninguém visse, ouvisse ou notasse, pra que ele não existisse no mundo depois de pronunciado, pois o mundo só virou mundo quando fez-se o verbo e se a palavra for dita e o verbo conjugado, amor vira morrer e deixa de ser a criança asmática cheia de medo que em vez de falar de amor quer pedir socorro.

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